O Marcador Desporto | Texto: Augusto Campos
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O juiz da Audiência Nacional Pablo Ruz constituiu como arguido o Barcelona, como pessoa jurídica, por crime fiscal na contratação do avançado brasileiro Neymar, na sequência de um pedido nesse sentido feito pela procuradoria. O procurador José Perals oficializou na quarta-feira o pedido ao juiz que já estava a investigar o ex-presidente do FC Barcelona Sandro Rosell por apropriação indevida relacionada com a mesma contratação. No ofício, Perals afirma que um dos indícios de delito fiscal "é a existência de contratos simulados, bem como a realização de operações de 'engenharia financeira' mediante os quais se pretende enganar a Fazenda Pública". Num auto conhecido esta quinta-feira, o juiz Pablo Ruz considera que existem "indícios suficientes para que se investigue o possível crime contra a Fazenda Pública por parte da entidade Barcelona". A Audiência Nacional é um tribunal superior espanhol, com competências especiais e jurisdição sobre todo o território espanhol, cuja Câmara Criminal julga crimes muito graves como terrorismo, lavagem de dinheiro, genocídio, entre outros. Esta instância também tem uma procuradoria (Ministério Público), que investiga e pede ações específicas aos juízes. A procuradoria da Audiência Nacional estima que o crime de fraude fiscal do Barcelona ascende a 9.100.800 euros, montante obtido com base nas quantias envolvidas nas operações paralelas relacionadas com a contratação de Neymar: 10 milhões de euros em 2011 e 27,9 milhões de euros em 2013.