Marcador Desporto
Adaptação: Augusto Campos
F: JD
_____
O número de mulheres
praticantes no desporto registou um aumento significativo em diversas
modalidades, durante os últimos doze anos em que o país vive em clima de
paz.
Com o calar das armas em 2002, as mulheres passaram a ter maior oportunidade de praticar o desporto e as associações provinciais puderam investir mais na expansão das suas modalidades, o que acaba por desencadear num aumento de praticantes a nível nacional.
Das seis federações contactadas pela reportagem do Jornal dos Desportos (muitas são as que mostraram indisponíveis), cinco foram unânimes em afirmar que houve um aumento do número de praticantes, sendo o andebol a excepção ao nível de seniores femininos.
Começando pelo movimento olímpico que é o expoente máximo de cada atleta, o Comité Olímpico Angolano (COA), órgão encarregue de gerir o olimpismo em Angola, registou nos Jogos de Atenas-2004 16 atletas femininas (sendo 15 da selecção de andebol mais Antónia de Fátima, do judo) num universo de 29, de acordo com António Monteiro "Bambino", secretário-geral da instituição.
Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Beijing, Angola levou 30 atletas dos quais 17 do sexo feminino. O ano de 2012 registou o aumento mais significativo durante o período de paz, devido ao desastre do basquetebol masculino, cuja selecção nacional perdeu o título em 2011, no campeonato africano de Madagáscar, após derrota com a Tunísia na final.Nestas condições, o país desfilou em Londres-2012 com 32 atletas dos quais 28 da classe feminina.
ANDEBOL
O andebol, modalidade com o maior número de jogadoras no país, teve um movimento inverso ao de outras disciplinas, ao nível das seniores, nos últimos 12 anos, segundo António Sales, director executivo da federação.O campeonato nacional já foi disputado nos anos 2000 por 180 atletas correspondentes a nove equipas. A última edição da prova, disputada em Junho de 2013 e ganha pelo 1º de Agosto, foi disputada por sete equipas, designadamente Petro de Luanda, 1º de Agosto, ASA, Progresso do Sambizanga, Marinha de Guerra, Electro do Lobito e Nacional de Benguela.
A estas equipas, acrescenta-se a Casa do Pessoal do Porto do Lobito, com o escalão de seniores feminino, embora não tivesse participado no último campeonato nacional.
Clubes como Ferroviário de Luanda, Sécil Marítima, Maculusso, Sporting de Luanda, Académica do Lobito, Sporting de Cabinda e Kabuscorp do Palanca deixaram de ter o escalão sénior, embora o presidente deste último tenha anunciado para breve o ressurgimento da equipa no clube.
BASQUETEBOL
Ao nível do basquetebol feminino, a federação registou um aumento de duas equipas nos campeonatos nacionais de seniores femininos. Às habituais três (1º de Agosto, Maculusso e Interclube) juntaram-se na última edição, disputada em Fevereiro deste ano no Bié, o Sporting local, Misto da Huíla e de Benguela. O Interclube é o campeão. No geral, a prova foi disputada por 96 jogadoras.
MODALIDADES
INDIVIDUAIS
Das modalidades individuais, o Ju-jitsu pode ser a modalidade com o maior número de atletas femininas. Segundo Pedro Emaus, presidente de direcção, a federação controla actualmente 5.829 praticantes dos quais 235 mulheres distribuídas por 11 províncias, a saber: Malanje (60), Huíla (2), Namibe (2), Zaire (4), Huambo (14), Uíge (13), Bié (14), Luanda (86), Bengo (7), Moxico (7) e Cabinda (26).
O dirigente foi unânime em afirmar que o número de mulheres aumentou nos últimos 12 anos e citou como exemplo a província do Uíge que de uma praticante passou a ter 13, graças a massificação que é possível ser feita em tempo de paz.No Taekwon-do, segundo Carlos Mupei, presidente da Federação, a modalidade é mais praticada por homens do que mulheres. Ainda assim, houve um aumento do número de praticantes nos últimos 12 anos.
"Este aumento deveu-se à massificação e ao exemplo dado pela atleta Sandra António, que tem estado a alcançar bons resultados a nível internacional", disse.De acordo com Agostinho Sungo, director técnico da Federação Angolana de Ginástica, a modalidade registou um aumento de 2450 atletas. De 2009 a 2012 o órgão reitor da modalidade na província controlava 1750 praticantes, sendo actualmente 4200 praticantes segundo os registos da federação.
Já a canoagem, modalidade integrada na Federação de Desportos Naúticos, manteve o número de duas atletas que controlava em 2002, nomeadamente Fátima António (considerada a melhor atleta africana, nos Jogos Pan-africanos de Maputo-2011) e Net Silva, segundo Francisco Freire, vice-presidente da instituição.
ASSOCIAÇÕES DESPORTIVAS
Senhoras passam a dirigir agremiações
Ana Paula Nogueira Leite e Tchizé dos Santos são as senhoras que assumiram o mais alto cargo de dirigentes desportivos na direcção de clubes, em Angola.
A primeira foi presidente do Sporting do Bié de 2000 a 2004 e a segunda do Benfica de Luanda de 2008 a 2013, tendo ambas ultrapassado os preconceitos inerentes à função que exerceram.Ana Paula Leite e Tchizé dos Santos foram exemplos de senhoras a nível do dirigismo desportivo nos clubes, onde se destaca também o nome de Feliciana Linda, antiga secretária-geral do Sagrada Esperança.
Nas associações provinciais ressalta a coragem de São Sampaio (antiga presidente) e Leonor Costa (actual presidente), no basquetebol de Luanda.
Nas federações saltam à vista os nomes de Isabel Major, actual secretária-geral do órgão reitor do basquetebol no país, Idalina dos Santos (secretária-geral) e Ngueza Campos (secretária executiva) da federação de ginástica, que assumem cargo de pressão.
De resto (ao nível das federações e desde que Angola alcançou a paz) assiste-se a um crescimento tímido de senhoras no dirigismo desportivo, pelo que têm estado a ocupar cargos de vice-presidente e vogais de direcção ou dos diversos conselhos.
Entretanto o número de vagas para senhoras nos órgãos federativos ainda é exíguo, também devido à especificidade de algumas modalidades. No taekwondo, por exemplo, de 25 integrantes do elenco directivo três são senhoras, ao passo que no ju-jitsu de 21 integrantes quatro são senhoras sendo uma delas secretária executiva.
ANDEBOL
Perda do título
belisca progressão
A perda do título africano de andebol, pela Selecção Nacional sénior feminina, em Janeiro deste ano em Argel, frente a Tunísia, beliscou a marcha das senhoras no desporto internacional dos últimos 12 anos.
Tudo porque a "Pérolas africanas" se tornaram na "menina dos olhos do país", ou seja dominaram a modalidade, com a conquista de títulos sucessivos, em África. Em doze anos de paz, Angola conquistou o campeonato africano de Marrocos-2002, Egipto-2004, Tunísia-2006, Angola-2008 e Egipto-2012.
Mas nem só de andebol vive o país. O basquetebol feminino, depois do período menos bom que viveu em tempo de guerra e pouco depois de se ter alcançado a paz, deu o ar da sua graça com a conquista de dois títulos africanos. O primeiro em 2011, em Bamaco (Mali) e o segundo em Maputo-2013, sob orientação do técnico Aníbal Moreira.
A nível das modalidades individuais, a ginástica tem sido o grande exemplo com a conquista de 30 medalhas no 12º campeonato africano absoluto, que decorreu em Março deste ano em Pretória, das quais três de prata de Eunice Ferreira, Beatriz Cazolo, Alice Tomás e Mónica Gaspar, três de bronze de Mkumba Suzana e uma de Sofia Higino, para além das seis medalhas conquistadas pela selecção feminina na especialidade de ginástica rítmica de conjunto.
No Campeonato africano de Pretória (África do Sul) em 2012 a modalidade alcançou 17 medalhas e no Zonal VI, em Harare-2013, 22 medalhas, das quais duas de ouro de Luquene Agostinho, uma de prata de Cleusa Chitaque, Ana Mpanzo, Ncumba Suzana e Sofic Augusto.
A ginástica tem ainda 12 medalhas conquistadas no torneio internacional de Walvis Bay, na Namíbia, em 2011No quadro de medalhas de atletas angolanas conta-se ainda o ouro da judoca Antónia de Fátima (Faya), no africano de 2005 em Port Elizabeth (África do Sul) prata nos africanos de Dakar-2011, Marrocos-2012 e Moçambique-2013, sem nos esquecermos do bronze no Mundial da Roménia, em 2012 e das duas medalhas de ouro nos Jogos da Lusofonia de 2009 em Lisboa e este ano em Goa (Índia).
Na natação a júnior Maria Cipcic colecciona bronze em provas africanas. No campeonato da Zâmbia, em Dezembro de 2013, subiu ao pódio com uma medalha de bronze nos 100 metros bruços e na estafeta 4x4. No mesmo ano, no africano absoluto, conseguiu uma medalha nos 1500 m.
Na Canoagem ressaltam-se as vitórias de Fátima António, ouro no Jogos africanos de Moçambique de 2011 e prata e bronze nos campeonato africano da Costa do Marfim, em 2009. Outra medalhista da modalidade é Net Silva, três de prata e uma de bronze no africano da Tunísia em Novembro de 2013.
Com o calar das armas em 2002, as mulheres passaram a ter maior oportunidade de praticar o desporto e as associações provinciais puderam investir mais na expansão das suas modalidades, o que acaba por desencadear num aumento de praticantes a nível nacional.
Das seis federações contactadas pela reportagem do Jornal dos Desportos (muitas são as que mostraram indisponíveis), cinco foram unânimes em afirmar que houve um aumento do número de praticantes, sendo o andebol a excepção ao nível de seniores femininos.
Começando pelo movimento olímpico que é o expoente máximo de cada atleta, o Comité Olímpico Angolano (COA), órgão encarregue de gerir o olimpismo em Angola, registou nos Jogos de Atenas-2004 16 atletas femininas (sendo 15 da selecção de andebol mais Antónia de Fátima, do judo) num universo de 29, de acordo com António Monteiro "Bambino", secretário-geral da instituição.
Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Beijing, Angola levou 30 atletas dos quais 17 do sexo feminino. O ano de 2012 registou o aumento mais significativo durante o período de paz, devido ao desastre do basquetebol masculino, cuja selecção nacional perdeu o título em 2011, no campeonato africano de Madagáscar, após derrota com a Tunísia na final.Nestas condições, o país desfilou em Londres-2012 com 32 atletas dos quais 28 da classe feminina.
ANDEBOL
O andebol, modalidade com o maior número de jogadoras no país, teve um movimento inverso ao de outras disciplinas, ao nível das seniores, nos últimos 12 anos, segundo António Sales, director executivo da federação.O campeonato nacional já foi disputado nos anos 2000 por 180 atletas correspondentes a nove equipas. A última edição da prova, disputada em Junho de 2013 e ganha pelo 1º de Agosto, foi disputada por sete equipas, designadamente Petro de Luanda, 1º de Agosto, ASA, Progresso do Sambizanga, Marinha de Guerra, Electro do Lobito e Nacional de Benguela.
A estas equipas, acrescenta-se a Casa do Pessoal do Porto do Lobito, com o escalão de seniores feminino, embora não tivesse participado no último campeonato nacional.
Clubes como Ferroviário de Luanda, Sécil Marítima, Maculusso, Sporting de Luanda, Académica do Lobito, Sporting de Cabinda e Kabuscorp do Palanca deixaram de ter o escalão sénior, embora o presidente deste último tenha anunciado para breve o ressurgimento da equipa no clube.
BASQUETEBOL
Ao nível do basquetebol feminino, a federação registou um aumento de duas equipas nos campeonatos nacionais de seniores femininos. Às habituais três (1º de Agosto, Maculusso e Interclube) juntaram-se na última edição, disputada em Fevereiro deste ano no Bié, o Sporting local, Misto da Huíla e de Benguela. O Interclube é o campeão. No geral, a prova foi disputada por 96 jogadoras.
MODALIDADES
INDIVIDUAIS
Das modalidades individuais, o Ju-jitsu pode ser a modalidade com o maior número de atletas femininas. Segundo Pedro Emaus, presidente de direcção, a federação controla actualmente 5.829 praticantes dos quais 235 mulheres distribuídas por 11 províncias, a saber: Malanje (60), Huíla (2), Namibe (2), Zaire (4), Huambo (14), Uíge (13), Bié (14), Luanda (86), Bengo (7), Moxico (7) e Cabinda (26).
O dirigente foi unânime em afirmar que o número de mulheres aumentou nos últimos 12 anos e citou como exemplo a província do Uíge que de uma praticante passou a ter 13, graças a massificação que é possível ser feita em tempo de paz.No Taekwon-do, segundo Carlos Mupei, presidente da Federação, a modalidade é mais praticada por homens do que mulheres. Ainda assim, houve um aumento do número de praticantes nos últimos 12 anos.
"Este aumento deveu-se à massificação e ao exemplo dado pela atleta Sandra António, que tem estado a alcançar bons resultados a nível internacional", disse.De acordo com Agostinho Sungo, director técnico da Federação Angolana de Ginástica, a modalidade registou um aumento de 2450 atletas. De 2009 a 2012 o órgão reitor da modalidade na província controlava 1750 praticantes, sendo actualmente 4200 praticantes segundo os registos da federação.
Já a canoagem, modalidade integrada na Federação de Desportos Naúticos, manteve o número de duas atletas que controlava em 2002, nomeadamente Fátima António (considerada a melhor atleta africana, nos Jogos Pan-africanos de Maputo-2011) e Net Silva, segundo Francisco Freire, vice-presidente da instituição.
ASSOCIAÇÕES DESPORTIVAS
Senhoras passam a dirigir agremiações
Ana Paula Nogueira Leite e Tchizé dos Santos são as senhoras que assumiram o mais alto cargo de dirigentes desportivos na direcção de clubes, em Angola.
A primeira foi presidente do Sporting do Bié de 2000 a 2004 e a segunda do Benfica de Luanda de 2008 a 2013, tendo ambas ultrapassado os preconceitos inerentes à função que exerceram.Ana Paula Leite e Tchizé dos Santos foram exemplos de senhoras a nível do dirigismo desportivo nos clubes, onde se destaca também o nome de Feliciana Linda, antiga secretária-geral do Sagrada Esperança.
Nas associações provinciais ressalta a coragem de São Sampaio (antiga presidente) e Leonor Costa (actual presidente), no basquetebol de Luanda.
Nas federações saltam à vista os nomes de Isabel Major, actual secretária-geral do órgão reitor do basquetebol no país, Idalina dos Santos (secretária-geral) e Ngueza Campos (secretária executiva) da federação de ginástica, que assumem cargo de pressão.
De resto (ao nível das federações e desde que Angola alcançou a paz) assiste-se a um crescimento tímido de senhoras no dirigismo desportivo, pelo que têm estado a ocupar cargos de vice-presidente e vogais de direcção ou dos diversos conselhos.
Entretanto o número de vagas para senhoras nos órgãos federativos ainda é exíguo, também devido à especificidade de algumas modalidades. No taekwondo, por exemplo, de 25 integrantes do elenco directivo três são senhoras, ao passo que no ju-jitsu de 21 integrantes quatro são senhoras sendo uma delas secretária executiva.
Perda do título
belisca progressão
A perda do título africano de andebol, pela Selecção Nacional sénior feminina, em Janeiro deste ano em Argel, frente a Tunísia, beliscou a marcha das senhoras no desporto internacional dos últimos 12 anos.
Tudo porque a "Pérolas africanas" se tornaram na "menina dos olhos do país", ou seja dominaram a modalidade, com a conquista de títulos sucessivos, em África. Em doze anos de paz, Angola conquistou o campeonato africano de Marrocos-2002, Egipto-2004, Tunísia-2006, Angola-2008 e Egipto-2012.
Mas nem só de andebol vive o país. O basquetebol feminino, depois do período menos bom que viveu em tempo de guerra e pouco depois de se ter alcançado a paz, deu o ar da sua graça com a conquista de dois títulos africanos. O primeiro em 2011, em Bamaco (Mali) e o segundo em Maputo-2013, sob orientação do técnico Aníbal Moreira.
A nível das modalidades individuais, a ginástica tem sido o grande exemplo com a conquista de 30 medalhas no 12º campeonato africano absoluto, que decorreu em Março deste ano em Pretória, das quais três de prata de Eunice Ferreira, Beatriz Cazolo, Alice Tomás e Mónica Gaspar, três de bronze de Mkumba Suzana e uma de Sofia Higino, para além das seis medalhas conquistadas pela selecção feminina na especialidade de ginástica rítmica de conjunto.
No Campeonato africano de Pretória (África do Sul) em 2012 a modalidade alcançou 17 medalhas e no Zonal VI, em Harare-2013, 22 medalhas, das quais duas de ouro de Luquene Agostinho, uma de prata de Cleusa Chitaque, Ana Mpanzo, Ncumba Suzana e Sofic Augusto.
A ginástica tem ainda 12 medalhas conquistadas no torneio internacional de Walvis Bay, na Namíbia, em 2011No quadro de medalhas de atletas angolanas conta-se ainda o ouro da judoca Antónia de Fátima (Faya), no africano de 2005 em Port Elizabeth (África do Sul) prata nos africanos de Dakar-2011, Marrocos-2012 e Moçambique-2013, sem nos esquecermos do bronze no Mundial da Roménia, em 2012 e das duas medalhas de ouro nos Jogos da Lusofonia de 2009 em Lisboa e este ano em Goa (Índia).
Na natação a júnior Maria Cipcic colecciona bronze em provas africanas. No campeonato da Zâmbia, em Dezembro de 2013, subiu ao pódio com uma medalha de bronze nos 100 metros bruços e na estafeta 4x4. No mesmo ano, no africano absoluto, conseguiu uma medalha nos 1500 m.
Na Canoagem ressaltam-se as vitórias de Fátima António, ouro no Jogos africanos de Moçambique de 2011 e prata e bronze nos campeonato africano da Costa do Marfim, em 2009. Outra medalhista da modalidade é Net Silva, três de prata e uma de bronze no africano da Tunísia em Novembro de 2013.