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Texto. Augusto campos | Luanda
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Diferença de dois golos, Chelsea perde mas marca fora, 3-1 dá vantagem interessante ao PSG para Stamford Bridge.
O Chelsea vê-se forçado a vencer em casa por 2-0 para seguir para as meias-finais, objetivo difícil, mas não impossível.
Tudo em aberto, portanto, mas com um PSG em clara vantagem, depois de
um jogo a três tempos: PSG arrasador até aos dez minutos; Chelsea
melhor entre os 10 e os 45; PSG de novo melhor no segundo tempo, perante
um Chelsea que, inesperadamente, perdeu intensidade após o intervalo.
PSG a todo o gás
Animado por fase de nove jogos seguidos a vencer (com este são dez), o PSG entrou a matar. Aqueles cinco/sete minutos iniciais foram infernais. Lavezzi (que jogo!) fez o 1-0, num golo muito bem aproveitado pelo argentino, após «oferta» incrível de John Terry em plena área.
O arranque a todo o gás do PSG, com golo antes do quinto minuto e ritmo elevadíssimo, parecia fazer temer o pior para o Chelsea: no jogo e na eliminatória.
Efeito Mourinho
Mas o «efeito Mourinho» não demorou a aparecer. Em poucos minutos, os Blues (hoje a jogarem de branco…) puseram gelo no jogo, refrearam os ímpetos ofensivos dos franceses, baixaram o andamento da partida.
O PSG recuou linhas, deu ao Chelsea a posse de bola, perdeu capacidade ofensiva.
E é neste tipo de momentos que se deteta a qualidade de um treinador: José Mourinho não precisou do intervalo para alterar, para melhor, a sua equipa.
Notou-se trabalho de antecipação, a equipa soube responder a um momento de clara ameaça, como foram aqueles minutos iniciais, já com o resultado em 1-0 e a desenhar-se ainda mais volumoso para o PSG.
Willian, Oscar e Hazard pegaram no jogo, colocaram o Chelsea a pensar. Já nem parecia que o PSG estava a ganhar.
O empate adivinhava-se e surgiu mesmo: de penálti, é certo, mas numa fase do jogo em que o Chelsea já justificava o 1-1.
Hazard aproveitou, com sangue frio assinalável, o castigo máximo, após lance entre dois brasileiros (Thiago Silva fez falta sobre Oscar, na área parisiense).
A equipa inglesa acabou a primeira parte em cima do PSG e quase fez o 1-2, num remate ao poste de Hazard, após bom lance de Willian.
PSG volta a melhorar
O segundo tempo recuperou alguma tendência dos primeiros minutos do jogo. O PSG voltou a melhorar, o Chelsea não apresentou a intensidade do período 10/45 minutos da primeira parte.
A equipa francesa voltou a acreditar, o Chelsea recuou demasiado, correu riscos. O 2-1 apareceu neste contexto, com tremenda infelicidade para David Luiz, que não evitou que a bola tocasse no corpo e fosse desviada para a própria baliza, na sequência de livre cobrado da esquerda.
Chelsea assume o risco
Não chegou a ser uma situação de ameaça tão real como nos primeiros minutos da primeira parte, mas o Chelsea voltava a estar em défice no jogo e na eliminatória.
Desta vez, o controlo do encontro não apareceu logo. O PSG começava a sonhar com o 3-1, o Chelsea queria o 2-2, mas com exceção de um lance de Hazard quase a servir Torres (entretanto lançado para o lugar de Schurrle), não teve grandes ocasiões para isso.
Perante a perda de coesão do meio-campo, Mourinho fez troca tática: tirou Oscar, meteu Lampard.
Ibra lesiona-se, Lucas injeta magia
A lesão de Ibra parecia ter sido contrariedade para o PSG, mas acabou por permitir a entrada de um dos melhores da noite.
Lucas Moura injetou magia, inventou espaços, forneceu oportunidades de mão beijada a um Cavani em noite desinspirada.
O PSG podia mesmo ter chegado ao terceiro, mas o uruguaio estava mesmo com a pontaria desafinada. Mas o 3-1 adivinhava-se e era justo, perante o que o PSG fez no segundo tempo.
Pastore, acabado de entrar, assina um belo golo já nos descontos e
coloca o PSG bem lançado para encarar a qualificação para as
meias-finais.
Mourinho terá que desenhar um Chelsea bem melhor do que o que mostrou
no segundo tempo, para concretizar a reviravolta em Stamford Bridge.
REAL MADRID VENCE DORTMUND SEM LAVENDOWISKI
O Real Madrid deu um grande passo rumo às meias-finais da Liga dos
Campeões depois de vencer nesta quarta-feira o Borussia Dortmund por
3-0. A equipa alemã teve muito poucos argumentos para contrariar o
domínio quase absoluto dos merengues desde o apito inicial.
A missão já se sabia complicada para o Dortmund. A
equipa de Jürgen Klopp apresentou-se em Madrid com várias baixas de
peso, incluindo o polaco Robert Lewandowski e, do outro lado, encontrou
um Real ansioso por vingar a eliminação da época anterior. E a
“vingança” começou bem cedo, com o galês Gareth Bale a inaugurar o
marcador logo aos três minutos.
O Dortmund acusou o golo madrugador e demorou muito a reencontrar-se. Entre os merengues
crescia a confiança alimentada por um futebol muito rápido, com
Cristiano Ronaldo, Benzema e Bale a chegarem à área alemã com muita
facilidade.
O segundo golo da equipa espanhola surgiu com
naturalidade, aos 27’, por Isco, que aproveitou um corte defeituoso da
defesa alemã para rematar rasteiro colocado e fora do alcance de
Weidenfeler. O Dortmund raramente aparecia com algum perigo perto da
área do Real. Destaque apenas para um remate de Grosskreutz aos 33’,
após um contra-ataque rápido, que Casillas parou.
A segunda parte
começou com chuva e com um Real Madrid menos intenso, cometendo mais
erros. Aos 49’, Aubameyang desperdiçou uma das melhores oportunidades do
Dortmund, após uma boa jogada de Reus. Cinco minutos depois, foi a vez
do arménio Mhkitaryan falhar o golo que poderia relançar a partida.
A
estocada final na ameaça alemã veio pouco depois por Cristiano Ronaldo,
que finalizou com classe um passe de Modric. Foi o 14.º golo do
português na competição igualando o recorde de melhor marcador numa
única edição, detido por Messi. Ronaldo acabaria por abandonar o terreno
de jogo, muito queixoso, alimentando as preocupações dos últimos dias
sobre a sua condição física.
Com uma confortável vantagem de três
golos, o Real Madrid tem caminho aberto para 25.ª presença numa
meia-final europeia. O Dortmund, mesmo com Lewandowski, tem uma tarefa
gigantesca pela frente.